sexta-feira, 25 de março de 2011

FENPROF afirma que mega-agrupamentos provocaram desumanização e deterioração do ensino



"Foi uma reestruturação feita com critérios meramente administrativos", afirmou ontem a coordenadora do Sindicato dos Professores do Norte, afeto à FENPROF, Manuela Mendonça, numa conferência de imprensa em Lisboa.
De acordo com o estudo da FENPROF, que espelha a realidade "pelos olhos de quem está no terreno", há mega-agrupamentos, dos 83 constituídos, com mais de 2500 alunos, sendo que um deles, Damião de Góis, da Direção Regional de Educação (DRE) de Lisboa, tem 2947 alunos.

"É impossível a escola ser um espaço humanizado quando existem milhares de alunos", sublinhou Manuela Mendonça.
Além da "desumanização" no ensino, a sindicalista referiu ainda a "descoordenação", provocada pela dimensão excessiva dos agrupamentos curriculares.
"Há escolas em que os departamentos têm dimensões muito grandes. Em alguns mega-agrupamentos, as reuniões passam a ser plenários", referiu, dando o exemplo do Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique, da DRE do Norte, quem tem um departamento constituído por cem docentes.
O estudo da FENPROF menciona ainda os despedimentos provocados pela constituição dos mega-agrupamentos, referindo vários exemplos.
De acordo com a FENPROF, no agrupamento de escolas de Castro Daire, da DRE do Centro, 54 postos de trabalho foram diretamente eliminados, no Belchior Viegas e Padre Martins Oliveira, ambos da DRE do Algarve, 45 e 33, respetivamente.
A apresentação do estudo da FENPROF "A realidade dos mega-agrupamentos constituídos em 2010" foi feita no âmbito de quatro "ações de denúncia e protesto" marcadas para a porta do Ministério da Educação, em Lisboa.
Os protestos, que o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, já apelidou de "manifestódromo", estão marcados para 29 e 31 de março, sempre entre as 11:00 e as 15:00

segunda-feira, 14 de março de 2011

"Escolíadas Glicínias Plaza 2011"


"ESCOLÍADAS - Associação Recreativo – Cultural", entre várias acções, produz desde 1990 este evento destinado a alunos e professores de escolas secundárias da região centro. A Sessão inaugural, dia 18 de Março, 23.00 horas, Quinta dos Três Pinheiro, Mealhada.

“Escolíadas Glicínias Plaza 2011” - o início de mais uma edição
A sessão inaugural da 22.ª edição das “Escolíadas” realizar-se-á na próxima sexta-feira, dia 18 de Março, às 23:00 horas, na Quinta dos Três Pinheiros. Para a estreia desta edição as primeiras escolas a pisarem o palco serão a Escola Secundária de Anadia o Colégio de Albergaria-a-Velha e a Escola Secundária da Mealhada. No total serão 10 noites de espectáculos apresentados por 2000 alunos e professores de 18 escolas secundárias.
Relembrando o projecto
A “ESCOLÍADAS - Associação Recreativo – Cultural” entre várias acções produz desde 1990 um evento designado de “Escolíadas”, destinado a alunos e professores de escolas secundárias da região centro. Cada escola apresenta provas de Teatro, Dança, Música, Pintura, Claques e Cultura Geral sendo avaliada por um júri, ligado às diversas áreas.
É um projecto que assenta, essencialmente, em dois vectores: cultural e social. Relativamente ao lado cultural, procura-se fomentar juntos das populações estudantis o gosto, o interesse e a procura pelas áreas da arte em geral, nomeadamente as englobadas pelo projecto Escolíadas. Deste modo, o evento visa incentivar ao “trabalho artístico”, cultural e criativo, enquanto objectivo de trabalho anual escolar.
Relativamente ao lado social, pretende-se promover a criação de laços de coesão e espírito corporativo, entre toda uma rede de estabelecimentos de ensino.
A edição de 2011 continua a ser apoiada pelo Instituto Português da Juventude (IPJ), Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), Direcção Regional da Cultura do Centro, Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), Câmaras Municipais de Ílhavo, Mealhada, e Anadia, entre outros patrocínios.
“Escolíadas Glicínias Plaza 2011” o continuar de um grande crescimento
Como foi anunciado o ano anterior pela organização, o evento teve um forte crescimento nos últimos anos, razão pela qual foi estudada uma forma de o reinventar. Uma das soluções foi a sua descentralização física. Esta solução aponta para o reflexo mais evidente da vontade e, no fundo, necessidade de abertura do projecto Escolíadas a outros espaços, distritos, outras escolas. Um dos grandes objectivos do qual a “Escolíadas – Associação Recreativo-Cultural” se orgulha é a de contribuir para dinamizar a oferta cultural a novos públicos.
Assim, à semelhança da edição anterior, o evento foi dividido em dois pólos. As primeiras três sessões e a primeira final compõem o Pólo I – Quinta dos Três Pinheiros, na Mealhada (18 Março a 1Abril). O Pólo II – Centro Cultural de Ílhavo (6 de Maio a 20 de Maio) será o palco para mais três sessões, a segunda final e a Gala de Entrega de Prémios que será no dia 3 de Junho. Para cruzar estes dois pólos, existe à Finalíssima, que se realiza no Velódromo Nacional em Anadia no dia 27 de Maio.
Depois do êxito que se verificou na edição anterior pela transmissão online em directo, de todas as sessões a “boa nova” é que este ano a “ESCOLÍADAS – Associação Recreativo-Cultural” irá proporcionar, uma vez mais, essa ferramenta tecnológica. (www.escoliadas.com)

Perante o crescimento deste evento e a situação económica actual em que nos inserimos, à qual a “ESCOLÍADAS – Associação Recreativo-Cultural” não é imune, sentiu-se a necessidade de pela primeira vez se cobrar o acesso aos espectáculos por um valor simbólico de 2€ de bilhete. A expectativa é conseguir com esta receita chegar ao valor das verbas atribuídas às escolas que participam que será de 7600€.
É de salientar que durante as 22ª edições já realizadas as “Escolíadas” proporcionaram cerca de 200 noites de espectáculo, com a participação de mais de 30 mil alunos e professores, de mais de 30 escolas, de 18 concelhos - dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra e Viseu.
Para mais informações, é favor contactar Cláudio Pires (91 935 76 58), da “ESCOLÍADAS – Associação Recreativo-Cultural”, ou usar o seguinte e-mail: geral@escoliadas.com.

terça-feira, 8 de março de 2011

Coordenador da DREC demitido depois de criticar modelo de avaliação

Motivo: ter subscrito um abaixo-assinado crítico do actual modelo de avaliação de professores, na qualidade de docente da Escola Secundária Infanta D. Maria. O afastamento e a razão invocada pela DREC estão a provocar a indignação de vários directores de escolas, que admitem tomar uma posição pública sobre o assunto.
Militante socialista, Ernesto Paiva diz estar "magoado e desiludido com a administração", que "ignorou anos de trabalho que ela própria avaliou com a cotação máxima ". "Sei que exercia um cargo de nomeação, mas sempre entendi isso como um factor que aumentava a minha responsabilidade no sentido de aplicar as orientações do Governo e a legislação em vigor de forma eficaz e com rigor técnico, sem olhar a cores partidárias ou a outros interesses que não fossem os da população. Nunca pensei estar impedido de ter uma opinião e de a manifestar", disse ao PÚBLICO.

"Quebra de lealdade"

Segundo disse, já havia sido contactado uma semana antes pela directora regional, que lhe terá dito que considerava a sua participação no abaixo-assinado "uma quebra de lealdade" e o aconselhou "a pensar". Nessa altura, diz, perguntou explicitamente se havia algo no seu trabalho que não correspondesse às expectativas, ao que ela terá respondido negativamente. Como tal, "pensou" e decidiu não se demitir, por considerar que a manifestação de uma opinião "não colocava em causa" a sua capacidade "de agir com a mesma eficácia e rigor de sempre".

Ernesto Paiva - que subscreveu o abaixo-assinado na qualidade de professor - diz ter contestado um modelo de avaliação que "ignora" o facto de ele "leccionar apenas uma hora e meia de aulas por semana a uma única turma.": "Trabalhando a maior parte do tempo na DREC, só enganando a administração posso corresponder a um modelo que avalia quatro dimensões da minha actividade segundo 39 indicadores e 72 descritores. Por isso, apelei a uma reflexão sobre o sistema de avaliação - era isso que se pedia no abaixo-assinado".

A directora da Escola Secundária Infanta D. Maria, Rosário Gama, frisou ontem não ter conhecimento oficial do afastamento do ex-coordenador da Equipa de Apoio às Escolas de Coimbra e do seu regresso a tempo inteiro àquele estabelecimento de ensino. Acrescentou, contudo, que "desde sexta-feira" tem vindo a ser contactada por outros directores de escolas que "se mostram escandalizados e profundamente revoltados com a situação" e admitem "tornar pública uma posição sobre o assunto".

O Ministério da Educação não confirmou ontem a demissão de Ernesto Paiva, informando apenas que o facto de ter assinado um documento crítico do modelo de avaliação está a ser analisado à luz do "dever de lealdade" que os coordenadores devem aos directores regionais de Educação. Ernesto Paiva diz não entender "o que poderá estar a ser analisado", já que na quinta-feira lhe foi dito que estava demitido e domingo foi informado pela sua sucessora de que aceitara o convite para substituí-lo.